O braço direito de Guilherme Barbosa Chu, o “Chinês Playboy” que comandava a maior quadrilha de sequestros relâmpago em atuação na cidade, foi preso ontem pela 3ª Delegacia Antissequestros do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Lívio Bruno Neves da Silva, 26 anos, foi encontrado na casa da namorada, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, ontem de manhã.

Para a Polícia Civil, a prisão de Lívio significa a desarticulação definitiva do grupo criminoso, suspeito de cometer 115 sequestros relâmpago no Campo Grande, bairro do Brooklin e Santo Amaro, todos na Zona Sul de SP.

Outros 15 integrantes do bando foram identificados pela investigação. Todos são criminosos encarregados de cumprir ordens de Guilherme.

Em depoimento à polícia, Lívio confessou a participação em oito crimes. A versão dele é considerada fantasiosa. A liderança do sequestrador chinês, conhecido como “Japa” no mundo do crime, foi confirmada por Lívio. “Ele era o cabeça”, afirmou, em sua declaração oficial aos investigadores.

Procurado pela reportagem, o suspeito disse que não se manifestaria sobre as acusações.

Vida ‘Champion’/O prejuízo estimado para cada vítima da gangue comandada pelo “Chinês Playboy” varia entre R$ 2 mil e R$ 10 mil. O dinheiro arrecadado nos sequestros era gasto em viagens internacionais, festas no Litoral Sul, baladas caras e roupas de luxo.

Tudo para bancar o estilo de vida “champion” (campeão em inglês), no qual o criminoso vive em uma eterna festa. Diversos vídeos de funk publicados na internet, onde os suspeitos da quadrilha aparecem, fazem referência ao jeito de “bon vivant”. Uma das músicas fala sobre como um sequestro relâmpago é praticado.

Para o delegado Alberto Pereira Matheus Júnior, responsável pela investigação, os sequestros na Zona Sul vão despencar com a desestruturação da quadrilha.

Guilherme foi preso em flagrante pela PM quando tentava praticar um sequestro na última sexta-feira, dia 17. Investigado há um mês, ele deve ser ouvido pela Delegacia Antissequestros até o fim da semana.

Fonte: Diário de São Paulo